Os professores da UFPB aprovaram nesta quinta-feira (30/7), em nova rodada de assembleias, os termos da contraproposta elaborada pelo Fórum dos Servidores Públicos Federais para negociação com o Governo. O documento – que pede reajuste de 19,7% pago de uma única vez – deve ser apresentado na próxima reunião com o Ministério do Planejamento, ainda sem data. Também foi aprovada na assembleia a proposta de continuidade da greve dos docentes, iniciada em 28 de maio.Uma nova assembleia será realizada no dia 12 de agosto.

No total, 135 professores participaram das reuniões em João Pessoa e Bananeiras. A contraproposta do Fórum dos Servidores foi aprovada por 106 votos a zero, com uma abstenção. Já a proposta de continuidade da greve recebeu 105 votos favoráveis e três contrários, também com uma abstenção.

No campus I, em João Pessoa, a assembleia ocorreu no auditório da reitoria e contou com 115 assinaturas na lista de presença. Os votos em favor da continuidade da greve somaram 87 e os contrários, três. Foi registrada, ainda, uma abstenção. Já em relação à contraproposta do Fórum dos Servidores, a aprovação foi definida por 89 votos a zero, sem abstenções.

Bananeiras, 20 docentes assinaram a lista de presença. A continuidade da greve foi aprovada por 18 votos a zero (sem abstenções) e a contraproposta do governo por 17 a zero (com uma abstenção).

Nesta sexta-feira (31/7), os professores da UFPB participam de um ato em Defesa da Educação Pública no Centro de João Pessoa com várias outras entidades representantes dos trabalhadores. A concentração será às 9h, em frente à Esplanada, no Parque Solon de Lucena. De lá, os manifestantes seguirão até a Praça João Pessoa, onde fica a Assembleia Legislativa do Estado.

Informes

O professor Arturo Gouveia, que representou na última semana os professores da UFPB no Comando Nacional de Greve do Andes-SN, detalhou o cenário das negociações com o Ministério do Planejamento. Segundo ele, o Governo insiste no reajuste de 21,3% parcelado em quatro anos (o que representa uma média de 5% ao ano, menos do que a inflação prevista para 2015) e ignora outras bandeiras importantes da pauta de reivindicação dos servidores, como a data-base em 1º de maio.

Em seguida, o professor Daniel Antiquera falou sobre a audiência realizada na última quarta-feira (29/7) com a reitora Margareth Diniz, quando os professores apresentaram a pauta local de reivindicações elaborada por uma comissão do Comando Local de Greve. Além dos docentes, os servidores técnico-administrativos, por meio do Sintespb, também apresentaram um documento com exigências da categoria.

O professor Daniel destacou que mais importante do que a entrega da pauta local é a cobrança de uma negociação efetiva para solucionar os problemas apontados. Por esse motivo, uma segunda reunião com a reitora já foi marcada para o dia 11 de agosto, às 9h. “Desta forma, iremos realizar uma reunião preparatória no dia 8, na sede da ADUFPB e todos os professores estão convidados a participar e dar suas contribuições”, informou o professor Daniel. “Essa também é uma forma de fortalecer a greve e lutar localmente por melhorias nas nossas condições de trabalho”, disse.

Análise do Comando

A análise do Comando Local de Greve foi apresentada pelo professor Fernando Cunha. Segundo ele, os cortes do ajuste fiscal chegaram em um momento onde a pauta dos SPF estava sem resposta, levando à deflagração da greve em várias categorias. “O cenário do ajuste fiscal confronta com a manutenção da universidade que defendemos. O que está em jogo neste momento é o ataque à nação, aos trabalhadores, aos servidores públicos federais”.

Ele informou que os servidores da base do Condsef entraram em greve na última segunda-feira, 27 de julho, somando forças ao movimenot. “A greve tem mantido sua força e tem força para conseguir negociar com o governo, se contrapondo à política imposta pelo governo”, declarou Fernando Cunha.

Segundo ele, o reajuste salarial de 27,3% em parcela única foi o ponto mais importante da pauta dos 20 pontos protocolada em março que nos fez entrar em greve. “Mas o governo protelou a resposta para junho, quando já estávamos em greve e apresentou sua proposta, indecorosa, inaceitável, com aumento em conta-gotas. As negociações continuaram e os SPF rejeitaram a proposta do governo, reiterada em 20 de julho”.

Localmente, os docentes da UFPB aprovaram em assembleia a indicação de uma contraproposta, buscando colaborar com a negociação. E, na última segunda-feira (27), o Fórum dos SPF apresentou uma contraproposta indicando o percentual de 19,7% (que considera a inflação do período 2010-2015 descontado o aumento que já foi repassado pelo governo), e mantendo os demais princípios e pontos da pauta inicial. “Neste momento, precisamos aprovar esta proposta e indicar que a negociação aconteça abertamente”, disse.

 

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