ASSEMBLEIA DOS DOCENTES DA UFPB (10)Os professores da UFPB aprovaram nesta sexta-feira (24/7) a continuidade da greve da categoria, iniciada no dia 28 de maio. Em assembleias realizadas pela manhã nos campi de João Pessoa, Areia e Bananeiras, 164 docentes votaram em favor da manutenção do movimento e oito foram contrários. Houve, ainda, uma abstenção. Uma nova assembleia foi marcada para o dia 30 de julho.

Em João Pessoa, a assembleia aconteceu no auditório da reitoria e contou com 182 professores assinaturas na lista de presença. Desses professores, 137 aprovaram a continuidade da greve e oito foram contrários. Em Areia, dos 10 presentes, todos foram a favor da manutenção do movimento. Em Bananeiras, 20 professores assinaram a lista de presença, 10 foram favoráveis, nenhum manifestou-se contrário e um preferiu abster-se.

ASSEMBLEIA DOS DOCENTES DA UFPB (1)Além da continuidade da greve, a assembleia aprovou também o novo calendário de atividades de mobilização (veja ao fim do texto) e duas propostas do Comando Local de Greve: contribuir para a elaboração de uma contraproposta ao governo e indicar ao Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições Federais de Ensino (Andes) a necessidade de notificar a Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre o descumprimento, no Brasil, da Convenção nº 151, que trata das relações de trabalho na administração pública (os servidores federais reclamam da falta de uma data-base geral para negociação salarial).

A assembleia teve início com informes da professora Francileide Rodrigues, delegada da UFPB no Comando Nacional de Greve, em Brasília, desde 13 de julho. Ela contou que o CNG buscou nos últimos dias construir um trabalho de forma intensa, sensibilizando a categoria e os representantes do governo.

“No dia 15, foi realizada uma audiência pública no Senado Federal, por articulação do senador Paulo Paim (PT), na tentativa de sensibilizar os parlamentares para a pauta do setor da educação. A atividade aconteceu na Comissão de Direitos Humanos e estiveram presentes, além do Andes, entidades como Sinasefe, Fasubra e Codisef”, explicou.

Também esteve presente à audiência o representente do Ministério da Educação, Dilvo Ilvo Ristoff, diretor de Políticas e Programas do Ministério da Educação. “Ele não integra o grupo de discussão sobre a pauta dos docentes e não estava a par das reividicações, mesmo assim foi escolhido para representar o MEC nessa audiência. Mas marcou uma audiência para o mesmo dia, às 17h, no Ministério. Nessa reunião, as categorias voltaram a pautar as reivindicações, como perdas salariais e o problema dos cortes no orçamento, e o representente do MEC se comprometeu a viabilizar essa negociação com a equipe do governo”, contou.

ASSEMBLEIA DOS DOCENTES DA UFPB (6)De acordo com a professora Francileide Rodrigues, no entendimento do Comando Nacional de Greve, a crise econômica não pode significar desvalorização dos trabalhadores brasileiros e enfraquecimento das universidades, como vem ocorrendo. “O governo está se mostrando muito autoritário e querendo transformar benefícios em reajuste”, declarou.

Ela refere-se à proposta apresentada pelo Ministério do Planejamento, que insiste no reajuste de 21,3% parcelado em quatro anos e, nas duas últimas mesas de negociação, esta semana, anunciou aumento para benefícios trabalhistas. Para os auxílios alimentação e saúde, sem reajuste há três anos, o governo propôs correção de 22,8%, o primeiro passaria a ser R$ 458 e o último proporcional por faixa etária, sendo o mínimo R$ 101 e o máximo R$ 205.

O maior aumento seria para o auxílio creche, que está desde 1995 sem correção inflacionária. O reajuste poderia chegar a 317%, variando de acordo com os valores praticados em cada Estado. Mas, na prática, esse percentual representaria pouco nas contas mensais dos trabalhadores. Primeiro porque o benefício está sem reajuste há 20 anos e esse aumento representaria, se muito, apenas a recomposição das perdas. Segundo, porque apenas uma pequena parcela faz jus ao benefício, pago a quem tem filho até 5 anos de idade. Na prática, na se UFPB for aplicado o percentual cheio de 317%, o auxílio creche mínimo passará de R$ 66 para R$ 275, bem abaixo ainda do que recebem, por exemplo, os servidores do Supremo Tribunal Federal pelo mesmo benefício (R$ 632).

ASSEMBLEIA DOS DOCENTES DA UFPB (7)Avaliação do Comando Local

Em seguida, o professor Alexandre Nader apresentou a análise do Comando Local de Greve sobre o movimento. Ele iniciou a fala tratando da reunião do Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe), realizada no dia 16 de julho, que suspendeu as atividades acadêmicas na UFPB durante o período da greve. A decisão é retroativa ao início do movimento, em 28 de maio.

 

Além disso, o Consepe se comprometeu a apresentar um posicionamento formal sobre os recentes cortes no orçamento das universidade federais e os prejuízos dessa medida para as atividades ensino, pesquisa e extensão. Leia mais sobre a reunião do Consepe clicando aqui.

Para Alexandre Nader, o resultado dessa reunião deve ser considerada como um avanço político do movimento grevista. “A universidade foi compelida a reconhecer a existência de uma greve forte e próxima da totalidade das universidades federais”, declarou.

Fortalecimento da greve

O professor Marcelo Sitcovsky, coordenador do Comando Local de Greve, falou sobre as propostas de encaminhamento da assembleia. Ele destacou inicialmente que, para negociar com o governo, é fundamental a manutenção do movimento grevista. “É fundamental que essa assembleia renove a continuidade da greve, para mantermos a negociação e podermos pressionar o governo”, frisou.

Ele lembrou que, nas duas mesas de negociação realizadas esta semana, o governo manteve a proposta de 21,3% divididos em quatro anos (o que representaria uma média de 5% ao ano, muito menor do que a inflação que, em 2015, por exemplo, deve ficar em 9%). A proposta já foi rejeitada por todas as entidades de servidores públicos federais. Clique aqui para ler o Comunicado nº 6 do Comando Local de Greve, que trata das últimas mesas de negociação.

ASSEMBLEIA DOS DOCENTES DA UFPB (3)Sitcovsky destacou que os docentes da UFPB precisam reiterar a contraproposta elaborada pelo Comando Local de Greve e já encaminhada ao Andes. No documento, os professores da Paraíba sugerem um índice linear de 16,2% a ser aplicado integralmente em janeiro de 2016. Além disso, pedem a definição da data-base da categoria para o dia 1º de maio e a abertura imediata de negociações sobre melhorias na carreira docente e condições de trabalho.

 

 

 

 

Agenda de Atividades

24/07 Sexta 16h – Sala 404 do CCHLA Debate sobre Fascismo
24/07Sexta 16h30h – Auditório 211 do CCSA Cineclube “Soy loco por ti America” – filme “A guerra contra a democracia” hoje no
25/07Sábado Tarde Parada da Diversidade – participação conjunta com os a CSP-CONLUTAS
27/07Segunda 14h – Sede da ADUF Reunião do CLG/ADUFPB
28/07Terça 9h00 Ato no Campus IV (Rio Tinto e Mamanguape) em conjunto com os Estudantes e organizações dos dois municípios
29/07Quarta 9h00 Audiência com a Reitora da UFPB para protocolar a Pauta Local
30/07Quinta 9h00 Assembleia, auditório da Reitoria
31/07Sexta Ponto dos Cem Réis Ato conjunto com estudantes de Medicina que estão realizando evento (ECEM) em João Pessoa, em defesa da Educação Pública.

 

Assembleia em Bananeiras

Assembleia em Bananeiras

 

Assembleia em Bananeiras

Assembleia em Bananeiras

Fonte: Ascom ADUFPB