De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), 2012 teve o maior número de greves dos últimos 16 anos. Foram registradas 873 ocorrências, número que não era alcançado desde 1996, quando a pesquisa identificou 1.228 paralisações. Em relação a 2011, o aumento foi de 58%.

É importante salientar que fazem parte desta contabilidade as greves dos setores público e privado. Sendo que, no total, os empregados do setor privado fizeram mais greves, e obtiveram bons resultados. Nesse segmento, 85% dos movimentos conseguiram ser atendidos. Ainda no setor privado, quase 30% das greves terminaram com o compromisso de que as negociações prosseguissem após a volta ao trabalho. Em todos os setores as principais reivindicações estão atreladas ao reajuste de salário e pagamento do piso, melhorias nas condições de trabalho e nos planos de carreira.

Ao contrário do que se poderia pensar, o aumento do número de greves, neste momento, não está relacionado à piora do mercado de trabalho, mas justamente ao oposto disso. Com o desemprego em baixa, os assalariados se sentem mais seguros para se manifestar. Do outro lado, os empregadores têm mais dificuldade de substituir seus funcionários.

“Gente que antes não fazia greve porque tinha sensação de insegurança com o emprego, agora está fazendo. Se os salários atrasam, os trabalhadores param mesmo”, exemplifica Rodrigo Linhares, representante do Dieese.

No setor público, destaque para as IFE

Para os docentes das Instituições Federais de Ensino do Brasil e outras categorias de servidores federais, 2012 foi um ano de intensa mobilização. No caso específico do ANDES-SN e de suas Seções Sindicais, a paralisação iniciada em 17 de maio durou quatro meses, sendo considerada umas das mais já protagonizada pelos docentes organizados no ANDES-SN.

Em virtude da insatisfação frente ao plano de carreira, bem como em função das precárias condições de trabalho, os professores exigiam negociações com o governo que, pressionado, reconheceu a greve, cedeu ao diálogo, mas ao final, enviou um projeto ao Congresso Nacional sem levar em conta o que reivindicava o movimento paredista.

* Com edição do ANDES-SN

Fonte: Sedufsm – Seção Sindical