Em reunião extraordinária da Andifes, dirigentes decidiram pedir ampliação do dialógo com os ministérios do Planejamento e Educação

O plenário da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) decidiu pedir esclarecimentos sobre comunicado do Ministério do Planejamento (MPOG) que pede o corte de ponto dos servidores em greve. Em reunião extraordinária, que durou toda a tarde desta terça-feira, 10 de julho, os reitores entenderam que é necessário aprofundar o diálogo e a negociação com o Governo Federal e aprovaram o envio de um comunicado oficial ao MPOG e ao Ministério da Educação solicitando reunião com os ministros da pasta para discutir a paralisação.

“Queremos agendar um encontro para esclarecer a recomendação e debater a situação das universidades durante a greve”, afirmou o reitor da Universidade Federal de Ouro Preto e presidente da Andifes, João Luiz Martins. “O que foi unânime entre os reitores é que não podemos proceder os cortes sem que haja diálogo”.

Durante a reunião, que começou às 14h e foi até as 18h, os dirigentes relataram preocupação com o impasse das negociações e o desgaste provocado pela greve. “Para nós a greve não é apenas um tema, mas uma realidade que nos desafia no cotidiano”, disse o reitor da UnB, José Geraldo de Sousa Junior.

O corte do ponto foi pedido pelo Planejamento em comunicado enviado por meio do sistema Siape, na última segunda-feira, 9. “Orientamos pela adoção das providências na folha de pagamento para efetuar o corte de ponto referente aos dias parados na rubrica específica do Siape de falta por greve”, informa a mensagem 552047.

Os reitores expuseram ainda as situações particulares vivenciadas pelas instituições durante a paralisação, que já dura 54 dias e envolve quase a totalidade das 59 universidades federais. Professores e servidores técnicos pedem reajuste salarial e revisão do plano de carreira. Os docentes querem ainda a incorporação de gratificações oferecidas pelo governo ao salário da categoria. Os técnicos, que deflagraram a greve 20 dias depois dos professores, exigem um piso de três salários mínimos, com 5% de aumento a cada um dos 16 níveis de carreira propostos. Até o momento o governo não se dispôs a negociar as reivindicações dos segmentos. Leia mais aqui.

O Comando de Greve do Sindicato das Instituições de Ensino Superior (Andes) também reagiu, em nota, ao pedido do Ministério do Planejamento. “Esse comunicado é, claramente, uma ameaça inaceitável ao nosso direito constitucional de greve e uma tentativa de espalhar o medo entre a categoria”.

O pleno da Andifes também deliberou sobre a matriz orçamentária que determina o rateio dos recursos governamentais entre as instituições associadas no orçamento da união, que deve ser votado no Congresso Nacional ainda esta semana. A proposta da Associação será apresentada ao Governo Federal em reunião com o MEC marcada para a manhã desta quarta-feira, 11 de julho. A partir das discussões do encontro será determinado o montante final que será repassado às universidades, discriminado na forma de orçamento, custeio e capital, e dividido entre as instituições.

 

Fonte: Francisco Brasileiro – Da Secretaria de Comunicação da UnB