Um protesto que reuniu aproximadamente 700 pessoas parou o trânsito da avenida Epitácio Pessoa na manhã desta quarta-feira (18/7). A manifestação começou às 9h e reuniu, em frente ao Ministério da Fazenda, no Bairro dos Estados, servidores públicos federais e estudantes. Eles pediam mais recursos para educação e protestavam contra a postura do Governo Dilma de evitar a negociação com as categorias em greve.

A atividade foi realizada no mesmo horário em que caravanas de servidores que participam da “Marcha a Brasília”, no Distrito Federal, protestavam em frente ao Palácio do Planalto. Segundo o presidente da ADUFPB, Ricardo Lucena, 40 pessoas integram uma comitiva que partiu de ônibus de João Pessoa no fim de semana passado para participar da atividade nacional.

“Hoje o movimento dá provas de grandeza, tanto nacionalmente quanto em nível local. A intenção, ao idealizarmos este movimento em frente ao Ministério da Fazenda, é difundir aqui no Estado o protesto que acontece em Brasília e mostrar que as categorias de servidores federais não suportam mais a postura intransigente do governo”, afirma.

A atividade na Epitácio Pessoa foi organizada pela ADUFPB, pelo Sintespb (Sindicato dos Trabalhadores em Ensino Superior da Paraíba) e pelo Sintefpb (Sindicato dos Trabalhadores Federais da Educação Básica e Tecnológica da Paraíba) e contou com a participação de representantes dos servidores da Saúde, do IBGE, do Ministério da Fazenda, do CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular), da Central Única dos Trabalhadores e da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil.

Os estudantes também estiveram presentes ativamente no protesto, tanto os do Ensino Superior quando os do Ensino Médio. Destaque para os alunos do curso de Serviço Social, que estão participando de um congresso na UFPB e se dirigiram em 10 ônibus para o local do protesto dos servidores.

 

Reunião com o governo será segunda-feira

A próxima reunião de negociação com o governo está marcada para segunda-feira (23/7). Os sindicatos ficaram de levar para o encontro uma posição a respeito da proposta apresentada sexta-feira passada (13/7). No caso do Andes-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), a indicação é pela rejeição do documento, pois, segundo avaliação da entidade, a proposta sequer recompõe as perdas inflacionárias dos salários de grande parte da categoria.

 

Apenas 10% terão ganhos reais

Os valores nominais contidos na tabela tomam como base os salários de julho de 2010 e projeta, também em valores nominais, o que seria o resultado em 2015, omitindo toda a corrosão inflacionária do período, superior a 35%, de acordo com os cálculos do Comando, tomando como referência o ICV/Dieese, e uma projeção futura com base na média dos últimos 30 meses.

Desta forma, são cinco anos de inflação que foram desconsiderados pelos ministros Miriam Belchior e Aloizio Mercadante ao noticiar em entrevista coletiva, na sexta (13), que os docentes teriam até 45,1 % de reajuste.

Além disso, o pretenso reajuste inclui os 4% do acordo assinado em agosto de 2011, que só foi cumprido, após forte pressão do movimento, em maio de 2012, retroativo a março deste ano.

Para algumas classes, justamente onde está concentrado um grande número de docentes, há redução de até 8% do valor real da remuneração, como é o caso do professor mestre adjunto 4/DIV4 e do professor doutor associado 1/DV1, ambos em regime de dedicação exclusiva (DE). A proposta apresenta apenas pequeno ganho real para a classe de professor titular, topo da carreira, que hoje representa menos de 10% da categoria.

 

Fonte: Ascom ADUFPB