Os professores da UFPB, em greve há 79 dias, realizam assembleia geral nesta sexta-feira (3/8), no auditório da reitoria, a partir 9h. Em pauta está a avaliação do movimento e da última reunião entre sindicatos e Governo Federal, que aconteceu na noite de terça-feira (1º/8).

Na ocasião, o Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), o Sinasefe (Sindicato Nacional dos Servidores. Federais da Educação Básica e Profissional) e o Condsef (Confederação dos Trabalhadores no Ensino Público Federal) apresentaram a resposta das assembleias realizadas nas universidades e rejeitaram, mais uma vez, a proposta do Ministério do Planejamento.

Já a Proifes (Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior) aceitou assinar acordo o Governo. A entidade alegou ter realizado plebiscito online com 5,2 mil professores (em um universo de 164,6 mil docentes federais) e 75% deles aprovaram a proposta do Executivo.

O acordo com a Proifes, entretanto, não muda os rumos da greve na Paraíba nem na maioria dos estados. Mesmo em algumas universidades representadas pela entidade, a greve deve continuar. É o caso das universidades federais da Bahia (UFBA) e do Ceará (UFC), que realizaram assembleia de professores e resolveram rejeitar a proposta do governo e manter o movimento.

Histórico

Em greve desde 17 de maio, os professores das Instituições Federais de Ensino reivindicam a reestruturação da carreira docente, processo acordado em agosto do ano passado com o governo e não cumprido, e a valorização e melhoria nas condições de trabalho docente nas IFE. A paralisação atinge 57 das 59 universidades federais, além de 34 dos 38 institutos federais de educação tecnológica.

Após 57 dias de greve, o governo apresentou uma proposta de reajuste na tabela salarial, que promove, ao final dos três anos previstos de parcelamento, a corrosão no poder de compra de grande parte da categoria. Os 45% tão alardeados pelo governo, contemplariam apenas pequena parcela dos docentes, uma vez que seriam concedidos apenas aos titulares, doutores, em regime de dedicação exclusiva. Este percentual também é falacioso, pois considerando a inflação estimada no período 2010-2015, representam menos de 10% de recomposição salarial para este segmento.

Além disso, entre outros pontos, o governo estabelecia novos parâmetros para progressão na carreira que desrespeitavam a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e feriam a autonomia universitária prevista na Constituição. Essa proposta foi rejeitada por unanimidade pelos docentes.

Em 24 de julho, foi apresentada uma reformulação, remetendo a grupos de trabalho diversos pontos estruturais da carreira, que provocaram tensionamentos na negociação, como o reequadramento dos aposentados, os critérios para avaliação institucional e promoção entre classes.

 

Fonte: Ascom ADUFPB