Os professores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) aprovaram em assembleia, nesta quarta-feira (18/04), indicativo de greve para o dia 15 de maio. Eles decidiram, ainda, realizar na quinta-feira (19/04) uma paralisação com mobilização para informar aos alunos sobre o andamento das negociações com o governo. “Não haverá aula e cada professor deve dialogar com os seus alunos, mostrando porque o sindicato decidiu pelo indicativo de greve”, explicou a presidente interina da ADUFPB, Terezinha Diniz.

Dando continuidade ao calendário de mobilização, no dia 25 de abril será realizada uma paralisação nacional de todos os servidores públicos federais.

Também foram realizadas assembleias na quarta-feira (17/04) nos campi de Bananeiras e Areia. Assim como em João Pessoa, a maioria dos participantes aprovou o indicativo de greve, assim como a paralisação no dia 19 e a paralisação nacional dos servidores públicos federais no dia 25 de abril.

A diretoria da Adufpb (Sindicato dos Professores da UFPB) considerou a rodada de assembleias nos três campi muito produtiva e representativa, num total de 236 professores sindicalizados. “Os professores presentes participaram ativamente do debate, denunciando a situação de precariedade que vivem na universidade e fazendo propostas”, avalia a presidente interina da Adufpb, Terezinha Diniz.

 

Reivindicações

O indicativo de greve para o dia 15 de maio é uma proposta nacional do Sindicato dos Docentes das Instituições Federais de Ensino (Andes) e está sendo avaliado em rodadas de assembleia nas sessões sindicais de todo o País. Os professores pedem a reformulação da carreira docente, uma negociação que vem em andamento desde 2010, mas sem avanço.

O diretor de política sindical da Adufpb, Wladimir Nunes Pinheiro, lembrou que os professores das Instituições Federais de Ensino são a única categoria de nível superior do funcionalismo federal que não passou por reforma de carreira durante os governos Lula e Dilma. Entre as mudanças propostas pelo Andes está a unificação das carreiras do Magistério Superior (MS) e do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT) em uma só carreira: a de professor federal. Outra é a incorporação de todas as gratificações.

Desde que as negociações foram retomadas no dia 28 de março deste ano, entretanto, o governo vem demonstrado pouca disposição em acatar a proposta dos sindicatos. As entidades buscam, então, formas de mobilizar a categoria e pressionar o governo. “O governo está empurrando a negociação com a barriga”, declara Wladimir Pinheiro. De acordo com ele, “a tendência nacional e pela paralisação”.

 

Histórico da negociação

No fim do ano passado, as entidades que representam os professores formaram um Grupo de Trabalho (GT) com os ministérios do Planejamento e da Educação com o objetivo de discutir propostas de mudança na carreira. O GT foi um compromisso assumido pelo governo durante as negociações que terminaram no dia 26 de agosto, resultando em um acordo salarial que previa incorporação das gratificações Gemas (do Ensino Superior) e GEDBT (do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico) ao Vencimento Básico (VB). Garantia também reajuste de 4% sobre o VB (já incorporadas as duas gratificações) e sobre a Retribuição de Titulação (RT).

O debate sobre carreira foi suspenso no fim do ano passado e retomado dia 28 de março. A equipe da Secretaria de Relações de Trabalho do Ministério do Planejamento causou indignação aos representantes das entidades de professores ao iniciar a reunião sem ter o que dizer e não apresentou uma proposta de negociações em torno da carreira.

A segunda reunião aconteceu no dia 13 de abril e teve como foco a possibilidade de unificação das carreiras do Magistério Superior (MS) e do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT), como defende o Andes. O novo encontro está marcado para esta quinta-feira, 19/04.

 

Fonte: Ascom ADUFPB

Confira fotos:

[nggallery id=18]