gatoEles circulam pelos corredores dos departamentos, fazem cara de fome entre as mesas das lanchonetes e chegam a “assistir aula” escondidos embaixo das cadeiras. A quantidade de gatos abandonados andando pelo campus I da UFPB chama a atenção. Muitos deles terminam contraindo doenças ou morrendo atropelados; às vezes até envenenados. Preocupados com isso, um grupo de professores, funcionários e alunos resolveu buscar lares adotivos para os bichinhos.

O volutários já realizaram uma feira de adoção, em agosto passado, e planejam outra para o início de 2011. Mas quem quiser apoiar o projeto ou estiver interessado em oferecer um lar adotivo não precisa esperar até lá. Já pode entrar em contato com o grupo pelo e-mail zeliabora@yahoo.com.br ou obter mais informações no blog http://gatosdaufpb.blogspot.com.

De acordo com a professora Zélia Bora, do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas, na primeira feira, realizada nos dias 19 e 20 de agosto, foram adotados 20 animais, boa parte já castrada e vacinada. “Mas  as adoções continuam, pois entendemos que essa ação é permanente. Esperamos que um dia não haja animais abandonados no Campus e então poderemos estender nossos cuidados para outros locais, como por exemplos mercados públicos da cidade”, afirma.

A campanha é uma iniciativa da professora Zélia e das professoras Izilda Carvalho (Mestrado de Música), Zélia Bora (Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas) e Lúcia Nobre (Departamento de Letras Estrangeiras Modernas).

Além de buscar lares adotivos, os voluntários estão buscando castrar os animais abandonados. Hoje o procedimento é feito em uma clínica veterinária particular, mas, no próximo ano, o grupo pretende contar com o apoio da Escola de Medicina Veterinária de Areia. Castrar o bichinho de estimação parece uma medida muito drástica para alguns donos, mas Zélia Bora garante que a cirurgia só trará benefícios. “No caso dos gatos, evita a proliferação de doenças e a procriação descontrolada desses animais, ocasionando o abandono e outros tipos de crueldade”.

A professora conta que o abandono de bichos na UFPB é antigo. “Algumas pessoas de má fé, pertencentes até à própria comunidade acadêmica, ao notarem que os gatos estavam sendo alimentados resolveram abandonar fêmeas grávidas. Algumas delas moravam em casas, tinham os seus lares e, por razões que desconhecemos, foram abandonados”.

Perambulando pelo Campus, os animais terminam incomodando muita gente. Zélia Bora conta que, em 2004, 18 gatos do CCHLA foram envenenados. “Registramos queixa na Polícia Federal, que investigou o caso. Hoje o processo necessita apenas de um juiz para concluí-lo e tomar as providências cabíveis”.

Na opinião dela, simplesmente encaminhar os animais abandonados para o centro de controle de zoonoses não é o mais indicado.  “Isso é inviável porque, nem o campus, nem a zoonose são depósitos. A zoonose é um centro de controle de pestes e doenças. Para nós, é no mínimo absurdo entregar-se um gato ou cachorro como se fossem objetos velhos. O encarceramento de um animal na zoonose é absurdo para a própria saúde mental do animal. Por isso defendemos a adoção responsável”, explica.

Fonte: Ascom ADUFPB